Bando faz reféns em clínica.
Aproximadamente 20 pessoas ficaram reféns de cinco assaltantes no interior de uma clínica, ontem, no bairro do Umarizal. O crime ocorreu pouco antes das 15h30, na Clinicenter, localizada na avenida Alcindo Cacela, próximo à Domingos Marreiros. Segundo as vítimas, um dos assaltantes chegou à clínica, acompanhado de uma mulher loira, fazendo-se passar por paciente.
Logo depois a mulher deixou o local e os outros quatro assaltantes entraram e anunciaram o assalto. O assalto durou quase três horas e só se encerrou por volta das 17h50, após muita negociação com a polícia.
De acordo com os reféns, a quadrilha pegou os pertences de vários funcionários e clientes. Em seguida eles foram levados para uma sala, onde foram obrigados a sentar no chão. Algumas pessoas, principalmente idosos, passaram mal e foram os primeiros a serem liberados durante as negociações com a polícia.
Os assaltantes teriam dito a todo momento que queriam dinheiro e jóias. Mas, logo após colocarem as pessoas reféns numa das salas da clínica, a polícia chegou ao local.
Os assaltantes ainda efetuaram disparos contra os policiais, que recuaram e iniciaram as negociações com os assaltantes para que liberassem os reféns, em troca da integridade física de todos.
Equipes de polícia de várias zonas de policiamento (Zpol), estiveram presentes para fazer a segurança e o isolamento das pessoas que se encontravam na área de entorno da clínica até a extensão de um quarteirão de todas as transversais próximas e a negociação pela liberação dos reféns. Várias viaturas estavam dando apoio à operação de 'gerenciamento de crise', que foi comandada pelo coronel PM Pantoja Júnior e cujo negociador direto foi o investigador Pablo, da Seccional de São Brás.
Os assaltantes solicitaram a presença de familiares, da imprensa, advogados e pediram ainda coletes à prova de balas. Os pedidos foram atendidos à medida em que os reféns iam sendo liberados.
Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados e fizeram o atendimento dos clientes que eram liberados e que estavam passando mal. Na sede do Conselho Municipal de Educação foi improvisado um posto de atendimento.
Dezenas de moradores da área e curiosos concentraram-se ao redor da clínica, fora da área de isolamento, até os assaltantes renderem-se. O trânsito ficou bastante congestionado às proximidades da clínica durante todo o período de gerenciamento da crise.
Conduzidos à DRCO
Por volta das 17h50, os assaltantes liberaram as duas últimas reféns e renderam-se, um a um, deixando as armas no chão do jardim da clínica. Populares gritavam ofensas à quadrilha. Mas a polícia conteve a multidão e fez a revista dos assaltantes e depois os conduziu até a sede da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), no bairro do Marco.
Luiz Rogério Miranda da Silva, de 23 anos, Ednilson Mendes Silveira, de 21, Maximiano Conceição dos Santos, de 18, Arnaldo César Torres Pereira, de 26, e José Augusto Feio de Castro, de 18, foram autuados em flagrante pelo delegado Bragmar Santos pelos crimes de tentativa de assalto, artigo 157, formação de quadrilha e bando, artigo 288, porte ilegal de armas, artigo 14 e cárcere privado.
O preso Arnaldo Pereira confessou que é foragido da Justiça. Ele disse que cumpria pena no sistema penal pelo crime de roubo, pelo qual foi condenado a cinco anos de prisão. Chegou a cumprir cerca de três anos do total da pena, mas há cerca de dois anos fugiu da Colônia Agrícola Heleno Fragoso. Já os demais presos disseram que estavam sendo presos pela primeira vez.
* Fonte e fotos: jornal Amazônia Hoje e Diário do Pará, publicados no dia 26/10/06.
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